(Para meu pai que foi embora de casa quando eu ainda era
bem pequena)
Pai Quando você estava vivo pai muitas vezes eu quis
dizer que te amava.
Mas dizer como se você não me escutava.
Agora que você não está mais aqui não pode mais me
ouvir...
Ou pode?
Então vou falar:
Porque enquanto você estava aqui eu nunca disse que te
amava?
Porque eu nunca te achava.
Porque você nunca estava perto de mim.
Você não vivia pra mim.
Você não existia pra mim.
E eu aquela criança que tanto te procurava.
Sem saber o que fazer – chorava.
Sofri muito.
Sofri a sua ausência, a falta da sua bênção de que eu
precisava tanto.
E quem eu tinha para me consolar?
Apenas o meu pranto.
Crescendo achei melhor negar esse amor.
Achei melhor dizer que não te amava mais.
Foi essa a maneira que eu encontrei
Para suportar a falta de um colo seguro, de um abraço
apertado, de um beijo nunca encontrado, mas que eu queria demais.
Mas hoje no dia dos pais esse amor veio a tona e eu não
posso mentir mais.
Tudo que eu disse é mentira.
A verdade Pai é que eu sempre te amei e ainda te amo
demais.
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