(homenagem ao Manoel de Barros)
Ah! A poesia das pequenas coisas
aquela que se prega na alma
e guarda o doce sonho da infância!
Quem dera pudesse essa poesia
aviar o canto nos olhos e na boca dos homens
fazendo-lhes cantar para sempre
como um bem-te-vi sem arredar a asa
de cima da casa
enquanto não acorda quem lhe ouve dizer:
bem-te-vi, bem-te-vi,
mesmo sem nunca ter visto!
Eu quero essa poesia pequena
que não tem forma, nem métricas
nem rimas e nem alardes
apenas esboça o voo de uma borboleta
e no perfume de uma flor faz sua casa.
Quero habitar nela o sonho
a esperança, a fé,
e as certezas de um tempo bom!
Ah! A poesia completa
sem arranjos, no entanto,
sem nome e nem sobrenome
pura e clara como a água
lavando as nódoas do coração
e a tristeza da face.
Fazendo tudo amanhecer mais bonito
como um dia de primavera.
Ah! Como anseio essa poesia pequena
tal qual uma formiga
fazendo caminhos na imaginação
e trilhas de encantamento.
Essa poesia que borbulha no estômago
como mariposas em festa!
Essa poesia que entoa a paz
e ameniza as dores da alma.
Poesia pequena
nas minhas mãos a fazer graça!
É essa poesia onde vivo
e voo livre feito uma garça!
Uma poesia pequena homenagem para o grande poeta menino.
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