Sépala,
pétala, espinho.
Na
vulgar manhã de Verão –
Brilho
de orvalho – uma abelha ou duas –
Brisa
saltando nas árvores –
–
E sou uma Rosa!
-
Ter
Medo? De quem terei?
Não
da Morte – quem é ela?
O
Porteiro de meu Pai
Igualmente
me atropela.
Da
Vida? Seria cómico
Temer
coisa que me inclui
Em
uma ou mais existências –
Conforme
Deus estatui.
De
ressuscitar? O Oriente
Tem
medo do Madrugar
Com
sua fronte subtil?
Mais
me valera abdicar!
-
A
uma luz evanescente
Vemos
mais agudamente
Que
à da candeia que fica.
Algo
há na fuga silente
Que
aclara a vista da gente
E
aos raios afia.
-
Morri
pela Beleza – mas mal eu
Na
tumba me acomodara,
Um
que pela Verdade então morrera
A
meu lado se deitava.
De
manso perguntou por quem tombara…
–
Pela Beleza – disse eu.
–
A mim foi a Verdade. É a mesma Coisa.
Somos
Irmãos – respondeu.
E
quais na Noite os que se encontram falam –
De
Quarto a Quarto a gente conversou –
Até
que o Musgo veio aos nossos lábios –
E
os nossos nomes – tapou.
-
Não
sou Ninguém! Quem és tu?
Também
– tu não és – Ninguém?
Somos
um par – nada digas!
Banir-nos-iam
– não sabes?
Mas
que horrível – ser-se – Alguém!
Uma
Rã que o dia todo –
Coaxa
em público o nome
Para
quem a admira – o Lodo.
-
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